Dia Nacional da Cultura Científica

No dia 26 de Novembro comemorou-se o Dia Nacional da Cultura Científica  com uma exposição sobre Romúlo de Carvalho e um "Jogo das Ciências.
O jogo consistiu num conjunto de seis provas, realizadas em grupo, sobre os sistemas do corpo humano e abordando também o  poeta Rómulo de Carvalho. As actividades, de carácter essencialmente prático, decorreram nos Laboratórios de Biologia, Química e na Biblioteca Escolar.
Nesta iniciativa, organizada pela Área Disciplinar de Biologia e Geologia  na qual colaboram a Biblioteca Escolar e a Área Disciplinar de Física e Química, participaram os terceiros anos das Escolas do Leões e do Pereiro acompanhados pelas respectivas professoras.
 


Rómulo de Carvalho

Comemora-se amanhã, 24 de Novembro, o Dia Nacional da Cultura Científica, dia escolhido por ser o do nascimento de Rómulo de Carvalho (1906-1977).

Poeta, professor e historiador da ciência portuguesa. António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, concluiu, no Porto, o curso de Ciências Físico-Químicas, exercendo depois a actividade de docente. Teve um papel importante na divulgação de temas científicos, colaborando em revistas da especialidade e organizando obras no campo da história das ciências e das instituições, como A Actividade Pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa nos Séculos XVIII e XIX. Publicou ainda outros estudos, como História da Fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa (1959), O Sentido Científico em Bocage (1965) e Relações entre Portugal e a Rússia no Século XVIII (1979).

Revelou-se como poeta apenas em 1956, com a obra Movimento Perpétuo. A esta viriam juntar-se outras obras, como Teatro do Mundo (1958), Máquina de Fogo (1961), Poema para Galileu (1964), Linhas de Força (1967) e ainda Poemas Póstumos (1983) e Novos Poemas Póstumos (1990). Na sua poesia, reunida também em Poesias Completas (1964), as fontes de inspiração são heterogéneas e equilibradas de modo original pelo homem que, com um rigor científico, nos comunica o sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia. Alguns dos seus textos poéticos foram aproveitados para músicas de intervenção.

POEMAS




Escritora do Mês de Novembro

Sophia de Mello Breyner Andresen
De seu nome completo, Sophia de Mello Breyner Andresen, é um dos maiores nomes da poesia e da cultura europeias deste século.
Nasceu a seis de Novembro de 1919 na cidade do Porto, onde passou a infância. Estudou entre 1936 e 1939 na Universidade de Lisboa. Publicou os primeiros poemas em 1940, nos Cadernos de Poesia. Foi opositora ao regime político do Estado Novo tendo ajudado na defesa dos presos políticos. Escreveu muitos livros de poesia, cujos poemas se encontram organizados na sua Obra Poética. Podemos destacar, Dia do Mar, No Tempo Dividido, Coral ou Livro Sexto. Escreveu igualmente contos, Histórias da Terra e do Mar ou Contos Exemplares e ainda variados livros para crianças, onde se podem destacar, O Cavaleiro da Dinamarca, a Árvore ou O Rapaz de Bronze. Escreveu ainda ensaios e traduziu autores tão variados como Eurípedes, Shakespeare ou Dante. Recebeu vários prémios, como o Prémio Camões em 1999 ou o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 2003.
Sophia deu-nos uma escrita de grande beleza, preocupada com os limites da existência humana. Influenciada pelo deslumbramento da cultura grega e pela luz do Mediterrâneo, a sensibilidade e a palavra são suportes que permitam a organização de um mundo de consciência, de descoberta, mas de procura de campos felizes. ¤

O Poeta

O poeta é igual ao jardim das estátuas
Ao perfume do Verão que se perde no vento
Veio sem que os outros nunca o vissem
E as suas palavras devoraram o tempo

Promessa
És tu a Primavera que eu esperava,
A vida multiplicada e brilhante,
Em que é pleno e perfeito cada instante.

IV

Sonhei com lúcidos delírios
À luz de um puro amanhecer
Numa planície onde crescem lírios
E há regatos cantantes a correr.

VI

A minha esperança mora
No vento e nas sereias
É o azul fantástico da aurora
E o lírio das areias.


As Flores

Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
De uma manhã futura

In, Dia do Mar e no Tempo Dividido, Caminho